René Magritte (1898-1967) Ceci n'est pas une pomme
óleo s/ unilite
142cm x 100cm
1964
As 10 lições de Eisner, são bastante esclarecedores sobre porque se deve ensinar artes nas escolas, estas lições são fundamentais para um melhor entendimento da importância das artes, nomeadamente, o seu ensino nas escolas. Desta forma, o autor propõe-nos 10 valiosas e esclarecedores lições sobre o ensino das artes. Pessoalmente, estas lições permitiram-me tomar uma maior consciencialização acerca da importância das artes em geral, isto é, compreender que realmente ela desencadeia no ser humano experiências, sensações e sentimentos ímpares, potenciando o desenvolvimento de várias qualidades no indivíduo.
Segundo Eisner (2002), a 1.ª lição destaca a capacidade do ensino das artes implementarem nos alunos os bons juízos acerca de relações qualitativas. Combatendo a prevalência das matérias dos currículos escolares que só desenvolvem o lado racional do cérebro, onde o verdadeiro significa o correcto, com base no cumprimento de regras. De forma similar, a 2.ª lição, refere que as artes ensinam as crianças que os problemas podem ter mais do que uma solução e que as questões podem ter mais do que uma resposta. As artes favorecem a diversidade de resultados, logo, combate a objectividade com a subjectividade. A 3.ª lição fala da promoção das múltiplas escolhas. Continuando, a 4.ª lição sublinha que na resolução de problemas os objectivos raramente estão fixos à partida. Já a 5.ª lição realça o facto de nem as palavras, na sua forma literal, nem os números, esgotarem aquilo que podemos saber sobre algo. O que significa que os limites das nossa linguagem não definem os limites da nossa cognição. Prosseguindo, a 6.ª lição chama a atenção para as pequenas diferenças, que podem produzir grandes efeitos. Neste ponto o autor fala-nos da importância das subtilezas nas artes, não se trata de reconhecer e de olhar, mas do exercício de diferenciar e percepcionar nuances, é o domínio do ver e da analise. A 7.ª lição esclarece-nos que as artes ensinam a pensar por intermédio e com um dado material. Assim, pretende-se que a criança perceba que os materiais possibilitam oportunidades distintas e que seja capaz de converter um material num médium. Tendo consciência que o material é a substância, a matéria. Já o médium, algo que medeia, as ideias, conceitos, emoções, etc. Na lição 8, Eisner salienta que as artes ajudam a criança a aprender a comunicar aquilo que não pode ser dito. Trata-se de exercitar as capacidades inerentes à exteriorização de sentimentos, sensações, até à interpretação de uma obra de arte. Onde se explora uma comunicação expressiva, como refere o autor, utilizando-se a abordagem poética e figuras de estilo. De seguida temos a lição 9, que defende que as artes permitem-nos aceder a experiências únicas. São experiências atingíveis exclusivamente pelas artes, o que nos permite descobrir um conjunto e uma variedade daquilo que somos capazes de sentir. Por último, a 10.ª lição salienta a importância da presença e carga horária das artes no currículo escolar, que simboliza para os jovens o que os adultos consideram importante aprender. Contrariamente ao que acontece, hoje, em Portugal, com a tendência inversa, exemplo disso as componentes artísticas do 1.º Ciclio do Ensino Básico reduzidas a Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e de carácter opcional. Igualmente, a anulação e redução de programas e actividades de âmbito artístico que faziam parte dos currículos das escolas e a recente separação dos pares pedagógicos de E.V.T..
Eisner, E. (2002). The arts and the creation of mind (L. Charréu, Trad.). Capítulo 4,
What the arts teach and how it shows (pp. 70-92). E.U.A.: Yale University Press.
What the arts teach and how it shows (pp. 70-92). E.U.A.: Yale University Press.
Imagem (topo): http://blogs.ya.com/xavicm/
Mais informação em: http://www.christies.com/LotFinder/lot_details.aspx?intObjectID=1987592
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